quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

A UE e as rotas da migração

"Mais de 5.000 mortos no Mediterrâneo em 2016 e dezenas de milhares de refugiados a defrontar o Inverno em condições deploráveis na Grécia e na Bulgária evidenciam, tragicamente, que a Europa não tem sido capaz de gerir fluxos migratórios ao longo das rotas mediterrânicas e outras. Não tem um sistema de asilo comum a funcionar eficazmente. E continua a alimentar o negócio das redes de traficantes ao não abrir vias legais e seguras para refugiados e migrantes, designadamente através de vistos humanitários.
A Cimeira de Malta será um falhanço e uma vergonha se apostar na externalização das nossas responsabilidades e fronteiras.
 Apoiar a capacitação de estruturas líbias, do ACNUR e da IOM, para salvar e garantir tratamento com dignidade a refugiados, migrantes e líbios, SIM, Sra. Mogherini. Mas NÃO à imposição de “acordos de readmissão”, ou réplicas do negócio ilegal com a Turquia, a uma Líbia sem governação. Seria indecoroso e contraproducente!
É imperativo que os nossos governos acordem, revigorem a solidariedade europeia para responder aos que, de dentro e de fora, como Trump e o seu estratega Putin, querem destruir a União Europeia, porque querem destruir a democracia. E para isso cavalgam forças racistas, nacionalistas, populistas e xenófobas - as mesmas que nos querem impedir de cumprir deveres básicos de protecção a refugiados e migrantes."

(Minha intervenção em debate no plenário do PE ontem)