domingo, 1 de março de 2015

Dor de cabeça


Se os resultados das eleições legislativas deste ano correspondessem a esta previsão (sondagem publicada pelo Expresso), a próxima equação governativa seria uma dor de cabeça.
Além de revelar que a direita coligada pode ainda disputar o resultado final e que a fragmentação partidária à esquerda do PS só ajuda à direita, a sondagem mostra que continua a não existir uma dinâmica para uma maioria absoluta do PS (muito menos da coligação de direita).
Ora, por um lado, excluindo o PCP e o BE, que se excluem de qualquer solução governativa compatível com a UE, não há margem para uma coligação maioritária do PS com os novos partidos.
Por outro lado, o facto de o PSD e o CDS irem em coligação às eleições dificulta alianças governativas com o PS. Se este ganhar, não quererá entrar num menage à trois com ambos, o que exigiria a dissolução da coligação. Se o PS perder, muito menos estará disponível para ser "pau de cabeleira" de um governo a três, sobretudo se a aritmética eleitoral mostrar que, descontado o efeito da coligação à direita, o PS terá sido o partido mais votado.
O atual Presidente da República, que ainda presidirá à formação do próximo governo, já disse que o este tem de ter apoio parlamentar maioritário, para assegurar a governabilidade e a estabilidade governativa. Porém, se o quadro parlamentar pós-eleitoral fosse este, isso não se afigura fácil.